Filme gravado em Pará de Minas entra no catálogo de duas plataformas de streamings no Brasil

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A vida da refugiada da guerra civil angolana, Beatriz Valdez, é contada em um documentário titulado “Longe de Casa, Dentro de Mim”, dirigido por José Roberto Pereira. O filme, de uma hora de duração, ainda aborda temas urgentes para dias atuais, emociona, comove, surpreende e provoca reflexões. No dia 7/4 o documentário, realizado pela produtora CMK Play e distribuído pela O2 Play, estreou para todo o Brasil nos streamings da Apple e Google/YouTube. Um trabalho sensível que uniu profissionais de Pará de Minas, Itaúna, Juatuba e Angola, África.
“Nas ruas, o barulho das bombas fazia meu coração acelerar. Pessoas fugindo, muita gente carregando o que podiam. Ninguém olhava para trás, só seguia em frente.” É neste contexto que, aos 80 anos de idade, Beatriz Valdez lembra a história que mudou completamente sua vida a partir de 1975 quando Angola, na África Ocidental, foi palco de uma guerra civil. Aos 35 anos ela, o marido e as três filhas se viram obrigados a deixar tudo para trás e fugir da morte eminente. A família partiu no último avião disponibilizado pelo governo brasileiro, na época, para trazer os refugiados. É esse o ponto de partida da narrativa do filme “Longe de Casa, Dentro de Mim”, produzido pela CMK PLAY. O documentário é um recorte da trajetória da artista angolana Beatriz Valdez, produzido em Pará de Minas, Minas Gerais e tem cenas que se passam em Angola, no Continente Africano, e no Brasil. O filme também sugere uma reflexão sobre a contribuição dos refugiados para a formação da arte e da cultura brasileira.
Para Beatriz, participar do documentário foi uma oportunidade de relembrar sua história e mostrar como a arte pode mudar não só a vida do artista, mas de toda uma comunidade. “Estava tudo meio adormecido e, de repente, tudo está de volta. É como se tivesse vivido novamente aquela situação. É uma emoção muito grande quando a gente relembra pequenos episódios que pareciam estar quietinhos e arrumados, mas não, eles vêm de novo. Dá muita emoção ver minha história aqui representada”, disse a artista em um dos intervalos da gravação do filme.
A história contada no documentário é resultado de mais de dez horas de entrevistas que os roteiristas Carmélia Cândida e José Roberto Pereira fizeram com Beatriz. Uma ideia que estava em preparação desde maio de 2020. “Foram três entrevistas na casa da Beatriz, um sítio cheio de verde, sempre em um fim de tarde, uma delícia! Foi muito prazeroso ouvir toda a história dela, transformá-la em texto e roteirizar o filme. É uma história como tantas outras de refugiados que vieram para o Brasil na década de 1970”, contou Carmélia Cândida, roteirista.
A gravação do documentário foi feita enquanto Beatriz Valdez pintava seu maior mural, que recebeu o nome de “Refugiados”, homenagem a aqueles que vieram de todas as partes do mundo e ajudaram a construir as bases da arte, da cultura e da história brasileira. “Eu e Beatriz somos amigos. Ela sempre me contava as histórias de como veio para o Brasil e eu ficava fascinado com isso. A partir daí, surgiu a oportunidade de ela pintar um mural para homenagear os refugiados e assim reunimos os profissionais para esse documentário que conta não só a história dela, mas também de outras pessoas que precisaram vir para o Brasil”, disse o diretor e roteirista José Roberto Pereira.
“Fazer fotografia de uma cena pintada é muito interessante porque quando estudamos a fotografia, as luzes e sombras são pontos importantes. A gente se inspira muito nas pinturas. Fazer a luz para uma pintura muda muito e por isso foi bem diferente do que eu estou acostumado. O José Roberto queria que a gente fizesse algo que passasse o sentimento e o drama da guerra. O filme começa em preto e branco e termina em uma explosão de cores”, disse Guto Aeraphe, diretor de fotografia.
Filmes como “Longe de Casa, Dentro de Mim”, são possíveis graças ao apoio cultural de empresários como Janaína Lopes Medina, da Cuidar Assistência, patrocinadora do documentário. Uma oportunidade que as empresas tem de retribuir a confiança da comunidade. “Vale a pena investir na cultura. É importante o empresário ter esse olhar para o que a comunidade produz e assim estar sempre atento a inserir sua empresa junto a arte e a cultura da nossa gente”, disse Janaína.

Direção:
José Roberto Pereira

Pesquisa e Roteiro:
Carmélia Cândida
José Roberto Pereira

Narração:
Beatriz Valdez
Carmélia Cândida
Guto Aeraphe
José Roberto Pereira

Direção de fotografia:
Guto Aeraphe

Assistente de direção:
Dani Andrade
Edição e finalização:
Guto Aeraphe
Apoio técnico:
Welinton Rodrigues

Trilha sonora original:
Ricardo Rodrigues
Bell Black.

Músicas
“Luz de Mim”, compositora e intérprete Bell Black
“Contemplativa”, compositor Ricardo Rodrigues.
Intérpretes: Ricardo Rodrigues e Alexandre Bianchini
“Memórias”, compositora e intérprete Bell Black
“Estrada de Chão”, compositor Ricardo Rodrigues, intérprete Alexandre Bianchini.
“Tear (uma canção no interior de Minas)”, compositor Ricardo Rodrigues,
intérpretes: Ricardo Rodrigues e Alexandre Bianchini.
“Bossa, Tá Tudo Quase Combinado”, compositores Ricardo Rodrigues e
Urbano Medeiros, participação especial de Airton de Igaratinga.

Produção:
CMK Play

Assessoria de Imprensa:
Filipe Araújo

Patrocínio:
Cuidar Assistência

Agradecimentos:
Janaína Lopes Medina
Bernardo Carreiro
Cristina Melo
Clotilde Valdez
Paula Valdez
Rodrigo Maciel