Novo equipamento da Polícia Civil vai aprimorar solução de crimes sexuais

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O trabalho de obtenção de perfis genéticos do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) vai ser ampliado e otimizado por um equipamento capaz de processar 84 amostras de DNA de uma única vez.

A perita criminal Aline Torres de Azevedo Chagas explica que o equipamento AutoLys foi adquirido pela PCMG por meio do projeto Pró Mulher, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). “O equipamento realiza de forma automatizada várias etapas do processamento de amostras, aumentando a capacidade de análise e obtenção de perfis”, esclarece.

O benefício do processo é tornar mais robusto o banco de dados da PCMG, com potencial incremento da taxa de elucidação de crimes sexuais.

Com a eficiência do equipamento, a expectativa é a de que sejam processadas três mil amostras de crimes sexuais por ano.

As amostras são coletadas em hospitais credenciados para atender e acolher vítimas de violência sexual. Essa ação em conjunto é fruto da assinatura de Acordo de Cooperação Técnica entre a Polícia Civil e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.

Coordenadora do Serviço de Sexologia do Instituto Médico Legal Dr. André Roquette (IMLAR), a médica-legista Elisa da Cunha Teixeira esclarece que o atendimento é único, emergencial, multidisciplinar e que tem como porta de entrada hospitais credenciados e capacitados para esse tipo de atendimento. “Nesse mesmo acolhimento é realizada a coleta precoce de evidências para subsidiar a investigação criminal”, informa.

Em Minas, 42 unidades de saúde são credenciadas para realizar esse atendimento humanizado, cinco delas em Belo Horizonte: hospitais Risoleta Neves, das Clínicas e Júlia Kubitschek, Maternidade Odete Valadares e Hospital Odilon Behrens, que realiza 70% dos procedimentos. “É um número que dobrou de 2019 até hoje com o esforço de expansão do protocolo de atendimento para o interior do estado, o que é muito importante, considerando que assim conseguimos encurtar caminhos, minimizar danos e dar suporte necessário à vítima”, finaliza.